Com excelentes índices no oferecimento da Educação Infantil o Município de Mâncio Lima tem muita a comemorar. Este ano a Prefeitura está comemorando cinco anos de adesão do Programa Asas da Florestania Infantil, apelidado de “Asinhas”, um programa criado pelo governo do Estado e de maneira voluntaria aderido pelo Município. A Secretaria Municipal de Educação conta hoje com 14 turmas de “Asinha” totalizando uma média de 116 alunos em comunidades rural terrestre e ribeirinhas que não tem acesso à escola.
O Programa é uma resposta à necessidade de assegurar o direito à Educação Infantil às crianças de 4 e 5 anos de famílias residentes em comunidades isoladas (localizadas em reservas extrativistas, às margens de rios e em assentamentos). O Asas da Florestania Infantil foi implementado em caráter experimental em 2009, em 12 municípios, com financiamento garantido por 6 anos pelo Banco Mundial (até dezembro de 2014). Atualmente trata-se de uma política pública de educação reconhecido pelo Conselho Estadual de Educação com base no parecer CEE/AC nº 46/2011.
De acordo com Osleno Freitas, Coordenador Estadual do Asas da Florestania, a adesão ao programa é voluntaria e mostra o compromisso do município em oferecer acesso a educação as crianças de 4 a 5 anos nos lugares mais remotos. “A Secretaria Estadual de Educação entra com a formação técnica dos agentes e com todo o material didático que será trabalho com o aluno. E a contra partida da prefeitura é a contratação e o pagamento dos agentes além de uma ajuda de custo para o deslocamento até as comunidades”, disse o Coordenador Estadual.
A Secretária Municipal de Educação Alciene Cavalcante comemora os bons resultados dos cinco anos do programa. “O Asas da Florestania, o “Asinha”, surgiu a partir das dificuldades que os alunos das áreas de difícil têm para chegar ate a escolar. Ou se coloca o Agente de Educação para atender a esses alunos ou eles ficam sem acesso a educação infantil e, é um programa extremamente importante, os resultados são satisfatórios com o que o município investe pra levar educação infantil em lugares distantes”, disse a Secretária.
“É um programa que é difícil o município manter, pois, temos agentes com turmas de 6 a 8 alunos e o município paga a esse agente um salário mínimo além da ajuda de custo para o deslocamento. Fica caro, mas como uma das metas do Plano Municipal de Educação é a universalização da educação infantil nós temos que fazer esse sacrifício. É muito importante investir na educação da criança nos primeiros anos de formação desta”, finalizou Alciene Cavalcante.
Eliveltom Costa está no primeiro ano como Agente do “Asinha”. Duas vezes por semana tem que se deslocar até a comunidade Maloca, distante 12 km do centro da cidade percorrendo uma hora de viagem. No inverno é na lama e na chuva e no período do verão debaixo de um sol escaldante. O Agente sai as seis e trinta da manha e só retorna no começo da tarde para sua casa. Eliveltom atende 8 famílias com encontros na varanda da casa do próprio aluno ou quando o dia está muito quente é embaixo de uma arvore.
“O “Asinha” é um programa especifico que busca atender o aluno de acordo com suas necessidades, as aulas são sempre na casa do aluno como uma forma de ter um contato mais direto com eles e com a sua família. Ele beneficia tanto os alunos como a própria comunidade e pra mim é gratificante fazer parte do processo de aprendizagem inicial dessas crianças que nunca estiveram num banco de escola. É uma experiência única e desafiadora, não é fácil andar quase uma hora de viagem, ficar praticamente meio dia na comunidade, mas, vale muito a pena”, finalizou o Agente.
Além de pagar os Agentes o município ainda é responsável pela contratação do Coordenador Municipal do “Asinha”. Este coordenador tem a função de acompanhar e supervisionar os agentes nas comunidades tanto nas 03 turmas rural terrestre como nas 11 rural fluvial. Em algumas localidades como na Serra do Moa a viagem pode durar até um dia e meio de viagem. Diante de tantas dificuldades a Coordenadora Municipal Sueli Melo Vale garante que o programa é um sucesso.
“O bom de tudo isso é que o programa funciona e já podemos ver os resultados no processo de aprendizagem de uma criança estudou os seis módulos do programa pra uma que não esteve no “Asinha” e que na verdade não deixa de ser o ensino infantil que é a base da vida escolar do aluno porque nós acompanhamos a criança até ela chegar no primeiro ano do ensino infantil. O processo de avaliação é criterioso, os educandos são avaliados no primeiro dia de encontro e passam por mais três avaliações por módulo e assim sucessivamente” disse a coordenadora.
Ainda segundo Sueli Vale a participação da família é muito importante no processo ensino aprendizagem. “Quando nós iniciamos os trabalhos encontramos algumas dificuldades em conscientizar as famílias do valor que tem esse atendimento na casa do aluno. Muitos achavam que por ser criança não tinha que estar na escola ou que a educação infantil era apenas brincadeiras. Pra superar essas dificuldades nós fizemos um trabalho intenso de conscientização, reunindo a comunidade e falando da importância do programa e, hoje nós estamos vendo a satisfação que os pais estão tendo com esse atendimento domiciliar”, finalizou Sueli Vale.
Assessoria – Jenildo Cavalcante